Água existente em reservatórios naturais subterrâneos denominados de Aquíferos.
Aquíferos: rochas ou sedimentos com capacidade de armazenar água.
Rochas consolidadas ou não, com porosidade e permeabilidade suficientes para permitir seu armazenamento e movimento.
Tipos de aquíferos: Variam de acordo com o terreno.
Terrenos Sedimentares: aquíferos porosos.
Terrenos Rochosos: aquíferos fraturados ou de dissolução.
Em terrenos sedimentares, formados por fragmentos granulares de rochas, os espaços entre estes grãos são vazios, que correspondem aos poros – aquíferos porosos,
Os terrenos rochosos (ígneas e metamórficas) não possuem porosidade natural, mas podem apresentar vazios em caso de ocorrência de fraturas – aquíferos fraturados.
Os aquíferos são classificados em dois tipos: livres ou confinados.
Nos aquíferos livres o nível da água corresponde à superfície superior da zona saturada, encontrando-se sob a ação da gravidade e da pressão atmosférica.
Os aquíferos confinados têm sobre si estratos relativamente impermeáveis. Nestes casos as águas subterrâneas estão confinadas sob pressão maior que a atmosférica. Se um perfurador penetrar tal aquífero, o nível subirá acima da camada confinante até o nível de equilíbrio com a pressão atmosférica. Se a pressão for suficiente para elevar o nível da água acima da superfície do terreno, diz-se que o poço é jorrante ou artesiano.
Águas Subterrâneas: Maiores Reservas
Constituem as maiores reservas de água doce disponível no Planeta Terra, com um volume estimado em 10,3 Milhões de km3.
O volume dos reservatórios de águas superficiais (rios, córregos, lagos…) constituem apenas 1 centésimo do volume estocado nos reservatórios subterrâneos.
Fontes que se renovam
Os aquíferos são abastecidos por águas advindas da superfície (chuvas) que se infiltram no solo por gravidade em áreas chamadas de “zonas de recargas”.
Possibilitam o movimento e o acumulo de volumes imensos de água em função de suas propriedades físicas, dimensões e formas. Há casos em que atingem dimensões continentais, como é o caso do conhecido Sistema Aquífero Guarani.
A água subterrânea infiltra pelos poros das rochas por dias, semanas, meses, anos ou mesmo milhares de anos até extravasar em áreas denominadas de “zonas de descargas” naturais (nascentes, rios, lagos e oceanos) e artificiais (poços).
Há constatações de rios que permanecem fluindo, mesmo em situações de escassez de chuvas, comprovando que são reabastecidos por sistemas aquíferos em suas manifestações de constante descarga.
Assim, há o entendimento de que não são corpos estanques e isolados, pois estão em constante reabastecimento e movimento.
Segundo estudos realizados pelos meios técnicos, apresentam tendência de equilíbrio entre recargas/descargas e eventos climáticos.
Características químicas
Em função do lento movimento de infiltração no subsolo, as águas subterrâneas possuem substâncias dissolvidas em sua composição.
O contexto físico dos aquíferos resguardam a qualidade das águas subterrâneas. O subsolo funciona como um filtro e reator bio-geoquímco de depuração, protegendo de agentes de degradação da superfície – concedendo-lhe qualidade superior. A proteção aumenta com a profundidade, pois o empilhamento de camadas heterogêneas elimina os riscos. Em geral apresentam padrões de potabilidade, sem matéria em suspensão e praticamente nenhuma bactéria. É de regra límpida, incolor e inodora.
Tais características contrastam com as das águas de superfície, em geral túrbidas e com considerável quantidade de bactérias. A água subterrânea apresenta, pois, qualidade sanitária superior. Sua temperatura é relativamente constante, fator que, em certos casos, se torna importante.
Águas subterrâneas com temperaturas elevadas provenientes de poços profundos são aproveitadas como fontes termais na indústria, turismos em estações hidrominerais termais e até mesmo na geração de energia (energia geotermal), como é o caso de alguns países.
Onde e como encontrar?
Em situações geológicas especiais.
Sua ocorrência e exploração dependem de estudos geológicos preliminares.
Entendimento dos aquíferos
Hidrogeologia é a ciência que estuda as leis que regulam a ocorrência, a distribuição, o movimento e a qualidade das águas subterrâneas. Por tratar de estudo em um quase infinito complexo ambiente – o subsolo, é considerada uma das mais complexas ciências.
O entendimento dos aquíferos depende basicamente de dados, mesmo uma pequena quantidade de informações já permite algumas conclusões preliminares sobre o comportamento e a viabilidade de aproveitamento. A elaboração de modelos refinados, no entanto, exige maior volume de dados bem distribuídos no tempo e no espaço
Dimensões dos aquíferos:
Podem ser variadas – de poucos metros ou quilômetros a extensões continentais como é ocaso do Aquífero Guarani – considerado maior do mundo (em extensão e volume).
Além disso variam em forma, espessura e profundidade de ocorrência.
Sistema Aquífero Guarani
Capacidade de produção
– Aquíferos Porosos: São os mais produtivos, desde pequenas vazões até grandes volumes, 100, 200, 500 m3/h ou mais. Em função das características homogêneas dos aquíferos porosos, suportam bombeamentos de até 24h/dia.
– Aquíferos fraturados: Em média produzem baixos volumes de água – entre 1 e 5 m3/h (5 mil litros/h). Dependem do grau de faturamento das rochas, podendo eventualmente atingir maiores produções. Em função das características heterogêneas destes aquíferos, não suportam bombeamentos prolongados, em média até 12h/dia.
– Estudo preliminar:
Leva em conta dados locais e regionais da geologia e hidrogeologia.
Tem por finalidade determinar a ocorrência de água subterrânea, viabilidade de captação e o local mais favorável para perfuração, bem como o projeto mais adequado para execução.
Apesar da aplicação dos conhecimentos da ciência, em algumas situações geológicas a determinação da ocorrência de água subterrânea pode tornar-se uma tarefa complexa.
Acesso às águas subterrâneas
O acesso às águas subterrâneas se dá através da perfuração de poços tubulares, popularmente conhecidos por poços artesianos.
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